sábado, 30 de agosto de 2008

200 ANOS DE IMPRENSA

NA COMEMORAÇÃO DOS 200 ANOS DE IMPRENSA É PRECISO REFLETIR SOBRE O QUE É O JORNALISMO, COMO ELE SE COMPORTA E QUAL A SUA FUNÇÃO. A IMPRENSA PASSA POR MODIFICAÇÕES NESTE MOMENTO E NO MÍNIMO É NECESSÁRIO QUESTIONAR NOSSA HISTÓRIA E NOSSO DRAMA.

VÁRIOS AUTORES DISCUTEM O TEMA, VALE A PENA CITAR ALGUNS:

IGNÁCIO RAMONET, EM SEU LIVRO TIRANIA DA COMUNICAÇÃO, DIZ QUE SER JORNALISTA HOJE É UM DESAFIO. EUGÊNIO BUCCI, EM SEU LIVRO VIDEOLOGIAS, MOSTRA QUE O MUNDO DO JORNALISMO NA TV ESTÁ CADA VEZ MAIS TEATRAL, IDÉIA COMPARTILHADA POR JOSÉ ARBEX JÚNIOR, NO LIVRO SHOWNARLISMO, ONDE MOSTRA JÁ NO TÍTULO, O DESAFIO QUE A PROFISSÃO PASSA ATUALMENTE. O LIVRO A SÍNDROME DA ANTENA PARABÓLICA, DE BERNARDO KUCINSKI, EXEMPLIFICA SITUAÇÕES ONDE A FILOSOFIA INDUSTRIAL SUPERA O DEVER DA INFORMAÇÃO. FATO EXPLICADO TAMBÉM NO ARTIGO DO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, DE ALBERTO DINES (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=500JDB001): “a palavra indústria aplica-se ao conjunto de pessoas, processos e maquinário envolvido no fabrico de determinado produto. Tudo bem: indústrias geralmente associam-se à noção de progresso, produzem lucros, lucros movimentam a economia, distribuem riquezas, promovem o bem-estar material.”. O AUTOR LEMBRA QUE A IMPRENSA É DA ESFERA PÚBLICA E POR ISSO TEM O DEVER DE SER UM PODER DE UNIÃO E REPRESENTAÇÃO DOS INDIVÍDUOS, O QUE NÃO IMPEDE LUCRO, MAS TAMBÉM NÃO PODE TÊ-LO COMO OBJETIVO PRIMORDIAL, COMO LEMBRA: “Quando a imprensa era instituição, jornais também deveriam ser lucrativos, mas nos intervalos entre balancetes e balanços havia um compromisso com o interesse público.”.

UM EXEMPLO DA INDUSTRIALIZAÇÃO E POUCA REFLEXÃO DA IMPRENSA É O FATO DE SEU ANIVERSÁRIO DE 200 ANOS PASSAR PRATICAMENTE DESPERCEBIDO.

UMA OUTRA PROVA É A PESQUISA REALIZADA E DIVULGADA PELA ABERGE SOBRE POLÍTICAS SALARIAIS DA COMUNICAÇÃO QUE TEM COMO BASE EMPRESAS COM BOAS COLOCAÇÕES NO RANKING DAS “MELHORES E MAIORES” DA REVISTA EXAME E AS “MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR” DA REVISTA VOCÊ S.A. OU SEJA, ATÉ PARA PESQUISAS, O QUE IMPORTA É A ESCALA INDUSTRIAL E NÃO A REPRESENTAÇÃO DA GRANDE MAIORIA DOS PROFISSIONAIS DE COMINICAÇÃO.

DIANTE DE TUDO ISSO, RESTA O AMOR A IMPRENSA E A ESPERANÇA DE SE FAZER ALGO DIFERENTE, POR MAIS QUE A CADA DIA ISSO PARECE AINDA MAIS DIFÍCIL.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Mudança no consumo de informações

"Uma pesquisa que acaba de ser divulgada pelo instituto Pew Research Center for the People and the Press mostra que os consumidores de informações já não consomem passivamente as notícias publicadas pela imprensa e adotam cada vez mais uma postura investigativa e seletiva." (CASTILHO, Carlos in Mudança de hábitos de leitores gera novo desafio para as redações. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs.asp?id_blog=2&id={F40BB051-9640-4FB3-8BA0-E24C9FC9816D} )

De acordo com a notícia publicada no site Observatório da imprensa, os leitores estão buscando diversas fontes para análise e formação de opinião, dentre elas estão os blogs.

Este fato mostra que a síndrome do último minuto não está consumindo todas as cabeças e mais: as pessoas não estão tão superficiais como muitos dizem.

Sabemos que a "hipermodernidade" tão falada por Baudrilard e Lipovetsky, tem suas características verídicas quanto a falta de aprofundamento geral em diversos assuntos, e na loucura da corrida contra o tempo, porém nem tudo está perdido, e nem a salvo.

Devemos entender que a internet por exemplo, é uma ferramenta que pode ser utilizada de acordo com a vontade de quem acessa:
pode fomentar entretenimento, superfuidade e também aprofundamento e pesquisa.

Portanto está na hora de deixarmos de culpar a época, pessoas e/ou tecnologias por atitudes que são nossas, por mais que hajam intereferências.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Mídia e acontecimentos

E o que acontece além das olimpíadas?
E as eleições?
E o show business?
Perguntas... sempre perguntas...

Para evitá-las ou excitá-las, cito trechos da Revista Caros Amigos
deste mês de agosto.
Comecemos por Feréz, no texto: "brazil for sale".

"o estilhaço do fuzil russo atinge a mulher, que nunca mais andará,
nem ficará ao menos de pé."
(...)
"Enquanto isso, perante uma câmera comprado com dinheiro que seria
usado para educação, a apresentadora vadia passeia pela favela e só
quer falar alegrias, como se fosse possível sorrir vendo o rato roer
seu único saco de arroz, que o ex-metalúrgico jurou que não ficaria
mais caro, mais ficou."
(...)
"A Legião da Boa Vontade compra até canal de televisão, mas não tira a
menina da rua.
"O caso Isabella chama atenção, pros políticos aprovar divisão do
décimo-terceiro salário em treze prestações.
(...)
Os três porquinhos do conto de fadas são presos, mas quem pede pra
sair são os delegados."
(...)
"Tudo é desculpa (...) pra honrar o dinheiro roubado do congresso,
talvez pra cobrir o escândalo do sexo".
(...)
"Vai entender, treinam o Saddam e o enforcam, vai entender"
(...) "e no bar a propaganda de cerveja mostra a mulher que o
computador corrigiu, que você olha sem parar enquanto não luta pra
fazer sua família funcionar. Aquela mesma mulher que toma
anticoncepcional e te espera toda noite com um prato diferente e com
um sorriso assim meio amarelo." (...)

agora, cito Gilberto Felisberto Vasconcellos, texto: "são paulo não
faz a cabeça de nova york":
"Depois de 1964, a direita nas ciências sociais, cacificada pelo
turismo acadêmico, teve por incubência mostrar que a felicidade do
povo brasileiro é multinacional ou não é felicidade".
(...)
"O subdesenvolvimento somente desenvolve o desenvolvido m escala
nacional e mundial".

e pra terminar, meu desabafo que não é meu, cito Mylton severino:
"o que seria desse jornalismo acovardado se não existisse o modo
condicional? Seus praticantes o inventariam;"
(...)
"a ditadura não acabou. (...) A existência de uma polícia "MILITAR".
Mundo afora, país civilizado tem polícia CIVIL. "

e eu lembro de Carlos Drummond de Andrade: " e agora José?"